Seis horas da manhã de sábado, acordo pulando ao toque do despertador: é dia de ver um belo desfile de joias sobre rodas vindas diretamente da década de 70.
Espantando o sono, fui com meu inseparável Ka até um posto da Rodovia Ayrton Senna para encontrar a primeira turma que saiu de São Paulo com destino a Basílica de Nossa Senhora de Aparecida. Enquanto isso, outros grupos com o mesmo destino iam enfileirando seus carros no Rio de Janeiro e pelo interior de São Paulo. Começava a Maverick Powertour 2014.
Ainda na capital paulista, foram reunidos cerca de 10 carros que saíram em comboio. Segui-los foi uma grande diversão. As pessoas que viajavam pela estrada sacavam celulares para fotografarem, boquiabertas, os carros. A sinfonia 4.9L seguia pela estrada em meio a acenos e toques de buzina. Em uma parada no pedágio, uma cena pitoresca: uma família inteira – pai, mãe e filha – se entortando dentro de um Peugeot 206, colando o nariz no vidro para ver melhor os Mavericks. Foram mais duas paradas para reunir mais Mavericks até o destino final.
Chegando em Aparecida, um tormento de radares me fez arrastar o carro por uma avenida larga a meros 30 km/h. Alguns impropérios lançados à pessoa do prefeito depois, cheguei aos gigantes estacionamentos da Basílica, onde foram reunidos aproximadamente 50 Mavericks para todos os gostos: originais, com preparação de época, com preparação moderna, restaurados, surrados… enfim, para onde se olhava via-se o bólido da Ford que se tornou o muscle car mais famoso do país.
Entre os destaques estava o ‘75 trazido pela Topolino Junkyard, de Americana. Do original ficou pouco. Foi colocado um motor 347 (5.7L) injetado, reconstruída a suspensão, escape de inox, bancos concha e um dos “Santo Antônios” mais bem acabados que já vi. O que mais chamou atenção foram os detalhes, como os para-choques colados na carroceria e a profusão de peças cromadas feitas na oficina com CNC.
Outro destaque ficou com o carro do Edson, com motor feito na oficina na Pedrinho Racing, de São Paulo. Restaurado ao longo de 13 anos, o Maverick vermelho (mais do que berrante) parece ter sido preparado lá na década de 70 e trazido intacto para os dias atuais: motor com carburador Holley coroado com o enorme disco do filtro de ar, para-lamas alargados, saias e splitter dianteiro combinam perfeitamente com rodas Mangels pretas que vestem os pneus Cooper Cobra que transferem ao chão 365hp (aferido no dinamômetro).
Na volta, uma chuva esfriou um pouco os ânimos, mas o dia foi de muitas conversas, ideias e camaradagem. Agora, só resta esperar o próximo, e que venha logo!
Agradecimentos para Edson Antunes, Rodrigo Lombardi e todos que organizaram esta grande, porém curta, Road Trip.
Fotos:
Ricardo Varoli