Já se passaram vinte anos. Eu me lembro de assistir a corrida – parte dela. Depois da batida na Tamburello, fiquei triste, e saí da frente da tevê. Estava junto com meu pai, na sala, pronto para ver o “Schumaike” – criança, não sabia falar direito – quando o Senna escapou e bateu. Eu, dois dias antes, acabara de completar quatro anos – estranho me lembrar disso, mesmo com pouca idade. São essas as minhas lembranças do GP de San Marino de 1994.
Eu admiro o Ayrton, como piloto – determinado, rápido… campeão. Um dos melhores, sem dúvida. Mas como piloto. E por mais clichê que pareça, ele fez – não mais – falta nas manhãs de domingo. Pra mim, o Schumacher preencheu esse espaço – e muito bem.
Vi muita coisa sobre ele depois de grande. Tem um vídeo bem legal que fiz, veiculado na Mega Tv, hoje.
Não aparecerão outros Ayrtons, não tão cedo. Acho que esse pensamento, que colocar novos Sennas em cada geração que chega a F1 prejudica. O piloto, e, principalmente nós, telespectadores – esse peso sobre os ombros, tira, logo de cara, as esperanças de mais um brasileiro subir no topo do pódio.
O Ayrton deixou um legado: determinação, é, em grande parte, a chave para o sucesso.
Espero por outro brasileiro tão bom quanto o Ayrton – ou Piquet e/ou Fittipaldi. Claro, quem não quer? O que eu não quero, não gosto, é dessa rivalidade beócia entre os fãs dos dois pilotos brasileiros que mais venceram na categoria máxima. Não há comparação; são estilos e épocas diferentes. Existem preferências, óbvio. Mas o bem e o mal, não. Chega a ser pífio.
Parabéns por sua trajetória, Ayrton Senna da Silva.