Por dentro do Audi R18 e-tron

Audi R 18 Cutaway

Diferente dos carros de Fórmula 1, os protótipos de Le Mans precisam esconder todas as suas partes mecânicas, isso é umas das regras da corrida. Mas a Audi cortou no meio um de seus carros para podermos ver como são as entranhas do R18 e-tron que correu na temporada 2012.

A princípio o carro é basicamente um F1 carenado, mas há muito mais por baixo da fibra de carbono. Esses carros são o ponto máximo da tecnologia automobilística. Ok, não tem o mesmo tempo de volta de um F1, mas os LMP1 tem que aguentar 24 horas de puro abuso mecânico.

O carro possui três motores. Para as rodas traseiras é usado um V6 turbo diesel 3.7l com bloco de alumínio que rende 490 cavalos e absurdos 86.67 Kgfm de torque, bem alto para um carro de corrida. São 4 válvulas por cilindro. O turbo é único e variável, com pressão limitada de 2.8 bar. Para as rodas da frente, um par de motores elétricos gera 214 cv, quase três vezes mais do que o KERS da F1. Suas baterias são carregadas com sistema de recuperação de energia desenvolvido pela Williams.

Diferente dos carros de Fórmula 1, os motores elétricos não são acionados por um botão. Tudo funciona automaticamente. Os carros híbridos têm regras bem complexas de uso e só podem usar o KERS em velocidades acima de 120 km/h e em determinados trechos do Circuit de la Sarthe.

Para transmitir a força do V6 TDI ao eixo traseiro, o carro usa uma transmissão sequencial de 6 marchas acionada por borboletas no volante. Tudo facilitado por um controle de tração.

A suspensão é double wishbone independente nas quatro rodas, sendo pushrod na dianteira e pullrod na traseira. O pullrod é um sistema inverso ao pushrod, com os amortecedores baixos, tomando como referencia as rodas. Esta solução interessante foi inspirada nos carros da Red Bull, mais exatamente no R88.

Quanto aos pneus, são imensos, com largura de 360mm na frente e 370mm atrás, montados em rodas aro 18. Em comparação, um F1 tem 245mm na frente e 325mm atrás, montados em rodas aro 13.

Seguindo o clássico “não entendeu, desenha”, explico algumas das partes:

Audi R 18 Cutaway 01 - NUM

1 – Caixa de câmbio em fibra de carbono. Esta peça também serve de apoio para os amortecedores traseiros;

2 – Cano de escapamento recheado de filtros de partículas para o carro não parecer um caminhão no meio da pista;

3 – Coletor de escape, que fica no topo do motor, lembrando os antigos carros de F1;

4 – Controlador de geometria variável do turbo;

5 – Coletor de admissão, montado baixo para melhorar o centro de gravidade;

6 – Exaustão do sistema de ar condicionado, que é regra nos carros LMP fechados;

7 – Tanque de combustível;

8 – Entrada de ar do turbo restringida por regra a 45.1mm. Notem o imenso filtro;

9 – Suporte da porta. Uma curiosidade, é o mesmo usado no Audi A3 de rua;

10 – Mais uma solução vinda da F1, o sistema aerodinâmico de bico elevado que ajuda o ar a passar mais rápido por baixo do carro;

11 – Motores elétricos;

12 – Pedais. São três como em um carro manual. Diferente dos carros de F1 que possuem controle de embreagem no volante, o R18 tem um pedal, que ajuda nas saídas do boxe.

Cockpit

Agora vamos para dentro do modelo 2013:

R18etron

As três telas de AMOLED (centro superior, laterais superiores) substituem os espelhos retrovisores. Não é nenhuma frescura, pois o campo de visão dentro dos LMP fechados é reduzidíssimo por causa das imensas colunas “A” que tem que suportar impactos altos em caso de acidentes.

À esquerda, um painel com vários interruptores que controlam o extintor de incêndio (quadrado vermelho, à direita da letra “E”), o farol alto (circulado em roxo), a ignição (interruptor vermelho), controle do rádio (circular preto), limpadores de para-brisa (wiper) entre outras funções. Também há a entrada do cabo que liga o capacete ao rádio (vermelho, dentro do círculo amarelo).

Passando ao volante, que lembra bastante um de F1 (veja aqui as explicações), o par de botões cinza no topo controlam a distribuição dos freios. O par cinza inferior serve para ajustar o controle de tração. O preto do lado esquerdo aciona o rádio e, logo abaixo, em amarelo, está o botão da bebida, que fica em uma garrafa térmica do lado esquerdo, perto da cabeça do piloto e é trocada a cada parada no boxe.

Na base do volante, cinco botões: partida (vermelho – todos os reabastecimentos tem que ser feitos com o carro desligado), esguicho do para brisa (azul – que usa um fluído específico para trabalhar em altas velocidades. Vai em uma garrafa como a da bebida), botão do display (preto), funções de software (branco) e controle de combustível (verde).

No meio o conjunto de seis seletores servem para regularem do motor e diferencial.

O grande display multifunção pode mostrar tempos de volta, pressões do sistema, temperatura, etc.

No topo estão os LEDS que indicador o ponto ideal das trocas de marcha. Ainda existem outros mais abaixo que são luzes de alerta.

Atrás do volante ficam as borboletas de troca de marcha, limitador de velocidade no pit lane e flasher, que dá 5 flashes de farol alto para avisar os retardatários à frente.

O site Fortitude tem uma grande galeria de fotos do carro aberto. Vale a pena visitar para ver mais detalhes.

Se ficou com alguma dúvida, é só perguntar nos comentários aí embaixo.

Fotos:
Divulgação / Audi

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