A São Paulo Indy 300 de 2013 foi, sem dúvidas, a melhor de todas as corridas feitas aqui, com várias ultrapassagens e mudanças de primeiro colocado. Os brasileiros Bia Figueiredo, Tony Kanaan e Helio Castroneves correram de forma brilhante, mas não conseguiram lugar no pódio.
A largada começou com pequeno atraso de 10 minutos. As arquibancadas estavam bem cheias, mas ainda havia algum espaço. O público estava bem empolgado com a corrida fazendo brincadeiras com tudo e todos.
A primeira largada foi tensa, mas sem incidentes na primeira curva. Todos os carros passaram inteiros, confirmando que as mudanças no “S” do Samba funcionaram, no que se refere a evitar acidentes.
Infelizmente, a primeira baixa foi brasileira. Logo na quinta volta, Bia Figueiredo parou por causa do escapamento que quebrou e superaqueceu a caixa de câmbio e o sistema eletrônico do carro. Ao engatar a sexta marcha na reta dos boxes (Av. Olavo Fontoura), ela não conseguiu reduzir as marchas. Bia tentou arrastar o carro até o boxe, mas não conseguiu.
Tony Kanaan fez milagres nas primeiras voltas, conseguindo pular da quarta posição para a primeira. Logo depois, Will Power perdeu sua invencibilidade em São Paulo ao parar com o carro em chamas na reta do Sambódromo, próximo a linha de chegada, que em outros anos significava sua vitória, mas hoje foi seu fim. Bandeira amarela, Kanaan foi para os boxes e perdeu a liderança.
Na relargada, as modificações no “S” não funcionaram tão bem e alguns carros ficaram pelo caminho. Mais uma bandeira amarela para “desentupir” as curvas 1 e 2. Bandeira verde. Na bagunça, Helio foi tocado por Scott Dixon e rodou, retornando a pista em último lugar. Previamente, ele fazia uma corrida fantástica, saindo do 20º lugar para o 6º. Tony passou ileso, por pouco, e se manteve na 6ª posição. Bourdais conseguiu ficar em primeiro com Newgarden e Hunter-Reay na cola.
Na 29ª volta, Tony começou a perder rendimento e foi ultrapassado por EJ Viso na reta da marginal perdendo o 6º lugar. As coisas começavam a piorar para os brasileiros.
O “Japonês Voador” Takuma Sato fez uma ultrapassagem impressionante na 33ª volta em cima do campeão Hunter-Reay na Av. Olavo Fontoura. Os dois fizeram o trecho batendo roda até que o japonês levou a melhor na freada da curva 4. Conforme os brasileiros iam piorando, o japonês ia melhorando.
Sato tomou a liderança na volta 35 com a parada de Bordais. Duas voltas depois, nova bandeira amarela por causa de um pedaço da asa do carro de Rahal que ficou na curva 1 após o piloto perder a freada e acertar barreira de pneus. Sato foi para os boxes e o pole, Hunter-Reay, reassumiu a dianteira. Kannan conseguiu a segunda posição para a relargada. Mais uma bandeira amarela.
Ryan Hunter-Reay e Tony Kanaan alinhados na primeira fila, relargada impressionante com Ryan travando as quatro rodas para manter o primeiro lugar. Mas a corrida não durou muito.
Na curva 9, um verdadeiro engavetamento envolveu quatro carros e simplesmente fechou a pista. Infelizmente, Helio Castroneves estava entre eles e teve que fazer um longo caminho de volta aos boxes com um pneu traseiro furado.
Relargada tranquila a 31 voltas do final. Bastou mais uma volta para Tony Kanaan conseguir uma bela ultrapassagem na curva da Vitória em cima de Hunter-Reay, que liderava, e ainda perdeu a segunda posição para Marco Andretti, que vinha crescendo na prova e foi direto a caça do carro de Tony, para conseguir o primeiro lugar, também na curva da Vitória. Em meio as disputas, Hunter-Reay foi para os boxes para voltar em 21º lugar.
Faltando 25 voltas para a bandeira final, todas as esperanças da torcida brasileira estavam em Tony Kannan, mas no meio da reta da marginal, o carro dele começou a ficar lento. Um erro na estratégia da equipe o deixou sem combustível. Depois de lutar por 51 voltas, seu carro apontou lentamente parando de forma triste bem em cima da linha de chegada. Um final poético para o “Homem de Ferro” em sua corrida de numero 200. Seu carro foi heroicamente guinchado até os boxes, mas a corrida já estava perdida, para desespero da arquibancada.
Relargada e mais bandeira amarela, dessa vez a última. Foram 7 bandeiras amarelas, 56 minutos com safety car na pista.
A essa altura, Takuma Sato estava em primeiro, James Hinchcliffe em segundo seguido de Josef Newgarden. Castroneves não largou o osso e já vinha em 14º. Os carros continuam pulando nas ondulações das ruas paulistanas.
Sato continuou bravamente em primeiro até as últimas voltas, mas o canadense Hinchcliffe chegou com tudo. O japonês, sem mais “push to pass”, se aguentou bem, até a última volta, mais precisamente, até a última curva, curiosamente chamada “da Vitória”, quando não conseguiu mais resistir. Hinchcliffe passou em primeiro no Sambódromo seguido de Sato e Mario Andretti, que vinha tentando ultrapassar os dois em um possível erro que não aconteceu.
Essa foi, sem dúvida, a mais emocionante São Paulo Indy 500. Os brasileiros não ganharam, mas o Brasil viu uma corrida fantástica!
O resultado final foi:
1 James Hinchcliffe Andretti Chevrolet
2 Takuma Sato A.J. Foyt Racing Honda
3 Marco Andretti Andretti Chevrolet
4 Oriol Servia Panther DRR Chevrolet
5 Josef Newgarden SFH Racing Honda
6 EJ Viso Andretti Chevrolet
7 Dario Franchitti Ganassi Honda
8 Simona de Silvestro KV Racing Chevrolet
9 Simon Pagenaud Schmidt Hamilton Motorsports Honda
10 Charlie Kimball Ganassi Honda
11 Ryan Hunter-Reay Andretti Chevrole
12 Alex Tagliani Barracuda Racing-Honda
13 Helio Castroneves Penske Chevrolet
14 Sebastien Bourdais Dragon Racing Chevrolet
15 JR Hildebrand Panther Racing Chevrolet
16 Tristan Vautier Schmidt Peterson Motorsports Honda
17 James Jakes RLL Honda
18 Scott Dixon Ganassi Honda
19 Sebastian Saavedra Dragon Racing Chevrolet
20 Justin Wilson Dale Coyne Racing Honda
21 Tony Kanaan KV Racing Chevrolet
22 Graham Rahal RLL Honda
23 Ed Carpenter Ed Carpenter Racing Chevrolet
24 Will Power Penske Chevrolet
25 Ana Beatriz Dale Coyne Honda
Foto:
Nelson Paliarussi