Gol AP Turbo de Fazer Voar os Cabelos do GearHeadBanger

1 Gol Turbo GMaia Ext 01

“O Golf do meu pai anda muito! O Golf do meu pai faz curva voando! Meu pai deu ‘trocentos’ quilômetros por hora no Golf…” Assim nasce um Gearhead. E não foi diferente com Gustavo Maia quando seu pai tirou o Golf GL vermelho zero km da concessionária em 1996.

O mítico Golf voador

O mítico Golf voador

Depois de ficar sonhando no banco do passageiro, Gustavo cresceu, e a paixão por carros também. Finalmente pegou seu primeiro, um Verona GLX que pertencia ao pai. Mas a alegria não durou muito: depois de ser fechado, acertou um poste em cheio. O motorista irresponsável não parou nem para prestar socorro, deixando ele e a namorada presos nas ferragens e fazendo-o passar por uma recuperação de três meses por causa de uma perna quebrada.

Passado o tempo de cama, Gustavo havia juntado uma grana para comprar um possante novo, mas aí surgiu um dilema entre dois sonhos antigos: um Astra, para deixar original, ou um Gol para preparar (estranho não escolher o Golf, sobre o qual nos atormentou com as façanhas do pai por todo cursinho de vestibular, há longínquos 11 anos). Depois de muito matutar, ele decidiu pelo Gol e em 2009 achou o “quadrado” baleado ano 1990 que está nas fotos.

0 Gol Turbo GMaia Ant 03

Primeiro foi preciso uma pequena restauração do carro, que estava bem usado, com pintura podre e pontos de ferrugem. Foram dois anos juntando e gastando para deixar o carro apresentável.

Mais tarde conheceu Marcos, preparador e dono da Proquip, de Guarulhos, e instalou um kit turbo básico para se acostumar com um motor sobrealimentado. Mais tarde, a namorada do cursinho virou noiva e ele sentiu o tempo bater: “preparei rápido porque ia casar, se não, nunca mais…” (risos).

Depois do kit básico, começou uma lista quase interminável modificações para reanimar os poucos cavalos cansados que ainda resistiam dentro do motor AP (sempre ele) 1.8 a gasolina.

Para dentro do carro, foram comprados mostradores da ODG, sendo três pequenos à frente do câmbio e dos botões para bomba de combustível (tipo caça) e partida a frio, que mostram pressão do óleo, pressão do turbo (boost press) e pressão do combustível, além do imenso conta giros de 11 mil RPM com shift-light, que se acende a cinco mil rotações para preservar o motor, que ainda não está totalmente pronto.

Gol Turbo GMaia Noite 01

O volante foi trocado por um de Gol Rallye G4, mas logo que encontrar o clássico “4 bolas” vai trocar. Dentro do painel foi colocado um hallmeter da HIS, preservando a originalidade do antigo que conta com relógio e o hodômetro marcando mais de 236 mil quilômetros!

Tudo isso pode ser apreciado sentando nos confortáveis bancos tipo concha da Recaro, originais do Gol GTI de 1989. A tapeçaria está sendo refeita aos poucos.

A parte mecânica foi a que mais sofreu modificações. Começando do chão, foram montados pneus mais largos, 205/50 na dianteira e 205/55 na traseira, ambos  aro 15, nas rodas do Passat VR6, que são a paixão da família. Mas Gustavo confessa que sonha em trocar por outras, mais germam look: as míticas rodas BBS RS douradas com aro polido preso por incontáveis parafusos.

A suspensão original foi trocada por uma da marca Fenix, ainda fixa, porém cinco centímetros mais baixa na frente. Ainda foi instalada uma barra de torção inferior.

1 Gol Turbo GMaia Ext 05

Finalmente chegando ao motor, foi comprada a imensa turbina SPA 500C (de caixa quente .50 e fria .48 – mais informações aqui). Diferente do manjado “doisquilimei”, a pressão foi baixada até dois quilos (pelo tamanho da turbina não dava menos, isso é o mínimo que se consegue), para que os pistões não saiam voando como fogos de artifício no ano novo.

A escolha desta excelente turbina não foi por acaso. Ela é uma das melhores para correr na categoria Turbo C de arrancada. Quando tudo estiver pronto, ele pretende inscrever o carro para dar umas aceleradas pela reta dos boxes de Interlagos, mas nada sério, só para sentir o gosto da competição, pois ainda pretende passear com o carro nos fins de semana, e rodar com um carro totalmente preparado para corridas na rua é um tormento que ele não quer.

Saindo da caixa quente do turbo, está um cano de escapamento de 2,5 polegadas, feito sob medida e sem nenhuma solda até o abafador (colocado para não acordar a vizinhança). Do outro lado, o frio, está um carburador 3E aberto, com coletor pulsativo para diminuir o lag, que está na casa das 3.200 RPM (alto sim, mas com uma turbina desse tamanho e ainda sem trabalho no cabeçote…).

Gol Gus Motor 12

Lá atrás, embaixo do para choque traseiro, uma das únicas modificações que denunciam o carro preparado para quem o vê: o cash tank, que é uma caixa soldada atrás do tanque que serve para evitar a falta de combustível nas acelerações mais fortes, em que o líquido vai todo para trás, “fugindo” do pescador original. A peça é essencial para preservar a barulhenta bomba Dinânica Full e a cabeça dos pistões. O carro ainda foi convertido para rodar no etanol.

Ainda foram trocados: polia (que agora é regulável); a bobina (que veio do Gol Mi); coxins de PU (poliuretano, os originais não aguentariam); filtro, no lugar do respiro do óleo; modificação na bomba de óleo para lubrificar a turbina e ainda outros detalhes como os cabos de vela e o comando de válvulas (deste último ele decidiu manter segredo).

Com tudo isso foram estimados 200cv que passam por uma embreagem de cerâmica de 1200lbs para o câmbio que ainda é original.

Gol Turbo GMaia Motor 07

Ufa! acabou? Não! Nas palavras de Gustavo: “fiz muito, mas ainda não fiz nada”. Ele pretende continuar instalando no carro mais modificações como o kit de freio de Santana (tinha que ser), pois os originais estão esquentando tanto que o adesivo de roda cai. Continuando, ele pretende forjar o motor, instalar intercooler, injeção eletrônica programável, e por aí vai. Quando se mexe em uma coisa, precisa fazer outra e não se para nunca.

Em alguns passeios a bordo do carro, deu para notar que tudo foi bem feito. O motor não embola em baixas rotações, a suspensão é dura mas não fica “quicando” nas ondulações e os bancos seguram bem. Talvez o único “porém” seja a embreagem, que parece um equipamento de musculação, mas quando se esmaga o pedal direito… Os giros sobem tranquilos até as 3200 RPM, mas daí para frente o mundo começa a passar mais rápido e um o som gutural do escape ecoa pela rua até a luz laranja acender anunciando a troca de marcha e o forte assobio da válvula de prioridade. Alegria gearhead!

Muitos agradecimentos ao Gustavo Maia por nos mostrar seu brinquedo! Estamos ansiosos para vê-lo nas competições!

Galeria antes:

Galeria depois:

Fotos:

Acervo pessoal Gustavo Maia

Ricardo Varoli

8 pensou em “Gol AP Turbo de Fazer Voar os Cabelos do GearHeadBanger

  1. Gustavo Maia

    Foi um prazer, vai ser a primeira de muitas que faremos juntos!!! Tem mais uns para indicar. Caminhar junto esse é o segredo. Caracas e acreditar que por uma paixão em comum voltamos as no falar! Coisa do destino.

    1. GearHeadBanger Autor do post

      Foi bem legal fazer um post com um camarada de longa data! Isso são as coisas mais legais dos carros, a história das pessoas por trás deles. De um Fusca a um Agera, não importa.

      Manda aí indicação que caneta, bloquinho e câmera sempre estão prontos!

      Valeu!

  2. Anselmo Coyote

    Maravilha!!!
    Aproveitando, algum dos comparsas (gostaram do pronome de tratamento? 🙂 ) ou o nobre blogueiro tem alguma idéia de onde posso comprar bancos recaro já com os trilhos para o Kadett 1997? Se alguém me fizer essa gentileza pode ser por aqui mesmo ou no meu email. Obrigado.
    Anselmo.
    Meu email: [email protected]

    1. GearHeadBanger Autor do post

      Obrigado por comentar Anselmo!
      Sobre o banco de Kadett, eu vi um anúncio no Mercado Livre. Pode ser um bom local para começar a procurar.
      Outro seria em fóruns sobre o Kadett, como o Kadett Club.
      Depois me fala se conseguiu e manda a foto do resultado!
      Abraço!

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